Projeto Recreio Dirigido

O recreio pode ser também um local de atividades pedagógicas e lúdicas. Veja como acontece em duas escolas e um projeto de recreio dirigido para implantar em sua escola. Nos poucos minutos de pausa entre as aulas, os professores têm a oportunidade de tomar um café e os alunos de se alimentar e deixar transbordar toda a energia acumulada durante as horas sentados em sala. É para isso que serve o recreio, certo? Não só. O intervalo na rotina também é uma ocasião pedagógica. “A escola é um ambiente educacional e todos os momentos devem ser aproveitados como situações de ensino”, diz Gisele Franco de Lima Santos, professora do Departamento de Estudos do Movimento Humano da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e autora de Jogos Tradicionais e Educação Física.

Longe de ser improdutivo, portanto, o período diário em que as crianças e os adolescentes interagem com os colegas de turmas e anos diversos e estão livres para escolher o que fazer é uma ótima oportunidade para trabalhar com eles valores como respeito aos diferentes quereres e senso de cuidado com o material e o espaço de uso comum, além de promover a autonomia.

A reclamação de muitas escolas, porém, é que, justamente por estarem livres e sem a supervisão de um profissional, os alunos entram em conflito e se machucam em correrias no pátio. Era o que ocorria há alguns anos na EMEB Basiliano do Carmo de Jesus, em Sinop, a 477 quilômetros de Cuiabá. A solução encontrada para resolver o problema não foi simplesmente diminuir o tempo da pausa ou aumentar a fiscalização. “Com a equipe gestora, tivemos a ideia de fazer um intervalo dirigido, com a oferta de jogos e brincadeiras para as crianças”, conta Élia Amaral do Carmo Santos, professora dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Entre as opções disponíveis, estão modalidades de tabuleiro, de futebol de botão, amarelinha, corda e cantigas de roda.

PROJETO RECREIO DIRIGIDO

Quando bate o sinal, os estudantes têm alguns minutos reservados para a alimentação e, depois, ganham autonomia para escolher de qual atividade querem participar no pátio ou na quadra, onde funcionários e bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), supervisionados por Élia, os aguardam.

Como a escola recebe alunos do 1º ao 7º ano, a equipe se preocupa em preparar propostas que agradem a todos os gostos. “Os maiores e os menores não têm os mesmos interesses. Os jogos de mesa, como xadrez e dama, são queridos pelos mais velhos, enquanto os novos preferem bola, corda e cantigas”, conta Élia. Considerar as preferências é algo que pode ser feito em todas as etapas, da Educação Infantil ao Ensino Médio. “O cuidado é planejar algo prazeroso e que atenda as expectativas de determinada faixa etária”, diz Gisele. Ela acredita que até alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) podem participar de intervalos dirigidos, desde que os interesses deles sejam levados em conta.

O resultado da implantação do projeto na escola mato-grossense foi avaliado como satisfatório. Se por um lado a agitação e os conflitos diminuíram, por outro aumentou a socialização e o respeito entre os alunos. Também houve ganho na organização dos materiais, com os estudantes participando mais ativamente, e na ampliação do repertório de jogos e brincadeiras.

EVITE O CONTROLE EXCESSIVO

Como muitas instituições de ensino ainda não enxergam o intervalo como um momento pedagógico, deixam responsáveis por ele profissionais sem formação, que só zelam pelos espaços e pela segurança. Mas, para promover atividades que gerem aprendizagens, é preciso ter pessoas que não atuem como vigias de comportamento. “Prevenir a ocorrência de casos de indisciplina não deve ser justificativa para controlar tudo o que o aluno faz”, explica Gisele.

Na EM Doutor Cláudio de Almeida e Silva, em Londrina, a 388 quilômetros de Curitiba, as
gestoras se reúnem com a equipe no início de cada ano para debater quais são os propósitos do intervalo dirigido, feito para os 430 alunos da pré-escola e anos iniciais do Ensino Fundamental. “Eu e a coordenadora conversamos sobre como eles devem se comportar e pontuamos que observar não é sinônimo de fiscalizar, mas de ficar atento para intervir quando necessário, tanto para explicar as brincadeiras como para mediar algum conflito”,
conta a diretora Mary de Oliveira Bezerra.

As crianças são acompanhadas por docentes auxiliares ou pelos que desenvolvem projetos
específicos com elas. As atividades ocorrem na biblioteca e no pátio, com brinquedos e jogos
variados – alguns feitos pelos próprios alunos em oficinas feitas em sala. “Os adultos também têm a chance de usar esse período para observar as preferências dos estudantes, os assuntos sobre o quais falam e como eles se comportam. Esse é um bom termômetro do clima escolar e pode ajudar em outros planejamentos”, diz Renata Caiuby, formadora de professores e gestores da Comunidade Educativa Cedac, em São Paulo.

Confira a seguir um projeto para colocar isso em prática.


1- Justificativa
O recreio escolar ou intervalo das aulas é um momento presente na vida de todo estudante. Acompanha-o da educação infantil à Pós – Graduação.

Que a hora do recreio é hora do lanche, lazer e descanso, todos já sabem. O grande desafio é fazer deste período um momento lúdico, proporcionar a interação e a integração entre os alunos, construindo assim, as relações sócias- afetivas.

O período do recreio é o momento em que quase todos os alunos se reúnem. Geralmente as
brincadeiras de correr, pular e lutar são as preferidas pelos alunos, principalmente pelos os
meninos o que ocasionam acidentes e pequenas confusões. No intuito de amenizar esses pequenos incidentes e proporcionar um ambiente mais saudável, o Projeto Recreio Dirigido, visa oferecer brinquedos e atividades lúdicas e mais adequada ao espaço e ao momento.

2- Objetivo Geral
Conscientizar nossos alunos quais são as ações, atitudes e procedimento mais correto para
horário e espaço físico da escola, bem como oferecer atividades lúdicas e brinquedos variados confeccionados com sucatas.

3- Objetivo específico
Criar uma nova cultura de recreio na comunidade escolar.
Resgatar as brincadeiras mais saudáveis que não fazem mais parte do repertorio de brincadeiras de nossos alunos atualmente.
Promover durante o período do recreio um ambiente fortalecedor e das relações sócias e
minimizar os comportamentos agressivos, proporcionando aos alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, momentos de interação lúdica.
Contribuir para tornar o espaço mais prazeroso. Publico alvo Alunos do 1º ao 5º ano do
ensino fundamental.

4- Etapas de desenvolvimento do projeto

1ª Etapa: Sensibilização e conscientização dos alunos sobre o que deve e não deve ser feito
no horário do recreio. Responsáveis: professores, diretor e coordenador

2ª Etapa: organização do programa de atividades do recreio. Responsáveis: diretor e coordenador.

3ª Etapa: implantação do projeto – momento em que as atividades são aplicadas conforme
o planejado e onde será avaliado a participação de todos os envolvidos no Projeto e onde é
feito também os reajustes necessários.

5- Atividades – Brincadeiras
Jogos como:
dama, jogo da memória, dominó, pega varetas, elásticos, cordas e outros.
Resgate de brincadeiras como: amarelinha, passa anel, pula elástico, brincadeira de roda etc..
Dança e brinquedos trazidos pelas crianças.


6- Cronograma
2ª feira – Dança
3ª feira – Jogos: jogo da velha, boliche, dama.
4ª feira – Corda, elástico e peteca.
5ª feira – Dança
6ª feira – brinquedos trazidos pelos alunos.

7- Conclusão

Uma vez implantado o Projeto Recreio Dirigido, espera-se que os alunos mudem os
comportamentos agressivos e incorporem novas posturas/ atitudes, para que assim
possamos verificar a eficácia do projeto.

**************************************************

Encontrei na internet um vídeo de recreio dirigido na Escola Marlene Bellizzi – Recreio Dirigido: Pulando corda – Motivando as crianças a brincar.





Um comentário: