8 atividades com nome próprio na Educação Infantil

As atividades com o sistema de escrita na Educação Infantil precisam ser diversificadas e oferecer novos desafios às crianças, potencializando seu aprendizado. Isso é essencial para que tanto o aspecto figural (forma e direção das letras) como o conceitual (combinação das letras) sejam desenvolvidos. Por essa razão, o trabalho deve variar entre situações de leitura e de escrita.

As primeiras são essenciais para ajudar as crianças a perceber semelhanças e diferenças entre os nomes, como quantidade e disposição das letras e sua relação com os sons. Com base nesse modelo estável, elas conseguem estabelecer comparações para tentar ler outras palavras. Em contato com o nome próprio, as crianças notam a regularidade da forma dele e entendem que a escrita fixa a língua falada. Toda vez que elas reencontram seu nome, percebem que ele tem sempre as mesmas letras. Essa estabilidade do sistema é muito importante, porque é um ótimo campo de reflexão e aprendizagem.

As situações de escrita apresentam outros desafios aos pequenos, como a grafia das letras, uma por uma, até construir a palavra completa. Essa fase começa com a cópia do modelo com o nome, que fornece informações sobre a forma convencional das letras e a direcionalidade da escrita.

1. Apresentação dos nomes

Desenvolvimento
Depois de produzir os crachás com o nome das crianças, o professor deve apresentar um por um a toda a turma. Dessa forma, os pequenos passam a ter contato com a escrita convencional do nome delas e também do de seus colegas. Nesse dia, o docente também pode pedir às crianças para perguntar a seus pais por que eles escolheram esse nome e, em sala, compartilhar com os amigos.

O que as crianças aprendem?
Com as mesmas características gráficas (tamanho, cor, fonte e alinhamento), os cartões levam as crianças a prestar atenção apenas nas letras que os compõem, na quantidade delas e na ordem em que estão dispostas. Assim, elas desenvolvem critérios para reconhecer semelhanças e diferenças entre as palavras. A apresentação da história do nome também permite o desenvolvimento de uma discussão sobre identidade, na qual as crianças refletem sobre a função social dessa palavra.

2. Chamada

Desenvolvimento
Por que não usar esse momento para desenvolver uma situação didática de leitura de nomes? Para que os desafios variem, é importante pensar em diversas formas de realizar a chamada. Uma delas é cantar parlendas conhecidas pelas crianças, como “Quem foi que comeu pão na casa do João”, e pedir que elas identifiquem o próprio crachá no meio da roda. O professor pode aumentar a dificuldade propondo que o nome identificado seja o de um colega. Outra possibilidade é encobrir parte do nome e perguntar de quem pode ser aquele.

O que as crianças aprendem?
A chamada trabalha, sobretudo, com a identificação dos nomes pelas crianças. O desafio é que elas utilizem tudo o que já sabem para diferenciar as palavras. Com o avanço dos pequenos, o professor pode propor reflexões mais específicas, destacando apenas as letras iniciais e finais, o tamanho dos nomes, a ordem das letras e suas combinações.

3. Brincadeiras

Desenvolvimento
Uma das brincadeiras mais comuns com as turmas de Educação Infantil é o jogo da memória. Com as fotos e o nome das crianças, o professor pode montar cartões, que ficam em uma mesa virados para baixo. Para jogar, os pequenos devem virar dois a cada rodada e associar a imagem ao nome do colega. Outra possibilidade é o faz de conta de carteiro. Vestida com um colete e carregando uma bolsinha com crachás com os nomes da turma, uma das crianças recebe o desafio de entregar o cartão correspondente a cada colega.

O que as crianças aprendem?
Brincar faz parte da rotina das crianças. Por isso, a incorporação do nome próprio a atividades lúdicas na sala de aula é interessante, desde que não tire toda a graça da brincadeira. Além de se divertirem nas atividades exemplificadas acima, os pequenos precisam reconhecer o próprio nome e também o dos colegas para poder brincar.


4. Comparação entre nomes parecidos

Desenvolvimento
O professor forma pequenos grupos e convida as crianças a encontrar nomes que comecem ou terminem como o seu, como Rafael/Miguel, Leonardo/Luiza e Maria Eduarda/Maria Clara. De conjunto em conjunto, o docente questiona o que as palavras têm em comum e o que têm de diferente, pedindo aos pequenos que justifiquem suas respostas.

O que as crianças aprendem?
Analisar outros nomes com base no seu estimula as crianças a refletir sobre semelhanças e diferenças entre as palavras de maneira mais detalhada. Essa atividade abre grandes chances de eles também memorizarem as especificidades da escrita do próprio nome e também do de seus colegas. Os pequenos grupos possibilitam intervenções mais pontuais do professor, que adequa os apontamentos aos saberes de cada um.

5. Bingo de nomes

Desenvolvimento
A lógica do bingo de nomes é a mesma do jogo com números. Cada criança recebe uma cartela feita pelo professor com alguns nomes da turma (de quatro a oito). A cada rodada, o docente sorteia um e pede que os pequenos o procurem no cartão. Após um tempo, escreve na lousa para que ninguém esqueça quais já foram falados. A primeira criança que conseguir identificar todos os nomes de sua cartela ganha a brincadeira. Para aumentar o desafio da atividade, o professor pode escolher nomes muito parecidos entre si.

O que as crianças aprendem?
A atividade auxilia no reconhecimento do nome dos colegas. Quanto mais semelhantes forem as palavras entre si, mais critérios de comparação as crianças terão de estabelecer para poder identificar o que foi sorteado.

6. Forca de nomes

Desenvolvimento
Depois de eleger o nome de uma das crianças da turma, o professor pede que os pequenos digam as letras que eles acham que compõem a palavra. Quando uma delas estiver correta, o docente a escreve na lousa. Caso esteja errada, ele desenha uma parte do corpo do boneco que está com a corda no pescoço.

O que as crianças aprendem?
Diferentemente do bingo, que tem como objetivo desenvolver o reconhecimento dos nomes por completo, a forca trabalha com a escrita do nome sabendo quantas letras ele possui. Nessa atividade, as crianças precisarão saber como cada uma delas se chama, antecipando o nome possível.

7. Escrita de nomes

Desenvolvimento
Na Educação Infantil, as crianças costumam realizar diversas atividades de desenho e pintura. Para diferenciar as produções de cada uma, o professor costuma pedir à turma que nomeie todo trabalho que fizer. Essa ação pode ser feita com base na cópia de um modelo ou sem nenhum suporte, caso a criança já saiba escrevê-lo.

O que as crianças aprendem?
A escrita do nome sempre deve ter um sentido, porque ninguém costuma escrever uma palavra à toa várias vezes. Por isso, esse tipo de atividade não pode ser visto como algo restrito à escola, mas como uma ação comum na vida real – e nada mais corriqueiro do que identificar aquilo que lhe pertence. Além de incentivar a reflexão sobre a função social da escrita, atividades como essa permitem à criança treinar o traçado das letras, sua posição e a direcionalidade da escrita convencional, da esquerda para a direita.

8. Leitura e escrita de listas

Desenvolvimento
Depois de checar quem está na sala, o professor pode pedir aos alunos que anotem no quadro o nome dos ausentes. A lista poderá ser utilizada para a merendeira saber quanto de comida deverá fazer ou para registrarem numa folha o nome de quem faltou. Outra possibilidade é pedir às crianças que identifiquem na lista de chamada quais serão os ajudantes do dia, que podem ser escolhidos pelo professor seguindo a ordem alfabética.

O que as crianças aprendem?
É preciso ter clareza sobre os propósitos dessas atividades. Nas primeiras, as crianças são convidadas a reconhecer os nomes e a compará-los. Dessa forma, elas podem observar a quantidade de letras nas palavras, a ordem alfabética e refletir sobre a função desse gênero textual, que destaca palavras de um mesmo grupo temático. Nas atividades de escrita, as crianças desenvolvem a grafia e direcionalidade da escrita durante a cópia.


Extra:
A professora Maristela Ribeiro da Silva organizou no início do ano um conjunto de atividades para realizar com sua turma de 4 anos na EMEI Maria Alice Pasquarelli, em São José dos Campos, a 94 quilômetros de São Paulo. “Planejei atividades nas quais o mote era fazer com que as crianças passassem a reconhecer e produzir o próprio nome e, depois, o nome dos colegas”, diz Maristela.

O trabalho começou com a produção de crachás com o nome das crianças, que são usados em diversas situações. Uma delas é a chamada, que é feita de maneira diferente a cada dia. Uma das formas, por exemplo, é pedir que os pequenos procurem o seu cartão no meio da roda quando chamados. Os crachás que sobram ajudam a turma a produzir uma lista dos colegas que estão ausentes no dia. O cartão pode ter também utilidade nas atividades de escrita: as crianças que ainda não sabem grafar a palavra utilizam a ficha como modelo.

Em outras situações, Maristela estimula os alunos a identificar a letra inicial dos nomes. “Em uma lista, coloquei os nomes em ordem alfabética e perguntei aos pequenos com qual letra começava o primeiro da lista. Aos poucos, eles começaram a identificar que era a letra A, de Ana, e assim por diante”, diz. Com essa atividade, a professora tinha o objetivo de fazê-los refletir sobre a importância da letra inicial para a ordenação dos nomes.

Maristela pretende que, ao final do semestre, todos os alunos saibam escrever o próprio nome e também o dos colegas. Mesmo assim, essas palavras não desaparecerão da rotina em sala de aula, uma vez que os pequenos continuarão identificando seus trabalhos e utilizando os nomes como referência para ler ou escrever novas palavras.

Uma das atividades que a professora já realiza com esse objetivo é a produção de uma lista dos brinquedos trazidos pela turma para a escola. “Eu pergunto às crianças como é que se escreve carrinho. ‘É com o CA da Carol’, elas respondem e escrevo na lousa. Em seguida pergunto qual é a primeira letra desse nome. ‘É com C’, falam”, conta Maristela. Dessa forma, as crianças começam a utilizar em diferentes contextos o que já aprenderam sobre o sistema de escrita. “Isso vai ajudando-as a observar que o nome não é um todo apenas, mas é composto de diferentes partes que também existem em outras palavras”, explica Andréa Luize, coordenadora do Núcleo de Práticas da Linguagem da Escola da Vila, em São Paulo.


5 comentários:

  1. olá estou precisando de uma ajuda para um trabalho sobre um plano de aula para 1 ano que seja sobre Direcionalidade.

    priscilaferranti@hotmail.com

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  2. Olá ,estou precisando de ajuda para um trabalho sobre sequência didática, projeto didático, atividade permanente ou atividade independente), que articule práticas de oralidade, leitura e produção escrita.

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